Imagine estar dormindo tranquilamente quando alguém acorda você e vai embora. Logo depois, você volta a dormir, mas o cenário se repete: você é acordado novamente e a situação continua durante toda a noite. Parece um pesadelo, não é? Mas é uma noite comum para quem sofre de Apneia do Sono.
Essa condição é mais comum do que você imagina. Segundo um estudo do ResMed Science Center, de San Diego, EUA, cerca de 1 bilhão de pessoas no mundo sofrem de Apneia do Sono — e o Brasil é o terceiro país com mais casos na lista.
Se você não conhece bem a Apneia do Sono, seus sintomas e complicações, nós preparamos um pequeno guia que vai ser muito útil. Siga a leitura para aprender 10 coisas que você precisa saber sobre esse distúrbio agora mesmo!
1. A Apneia do Sono é um Distúrbio Respiratório do Sono
A Apneia do Sono é um Distúrbio Respiratório do Sono, ou seja, uma desordem que afeta a respiração enquanto dormimos. Nesse caso, a Apneia interrompe o fluxo respiratório, reduzindo drasticamente a quantidade de oxigênio no sangue durante o sono. Assim, o cérebro emite um sinal para despertar a pessoa para que ela volte a respirar novamente.
Em muitos casos, como o despertar é extremamente breve, a pessoa sequer percebe que acordou. No entanto, o seu ciclo do sono foi interrompido e ela não consegue descansar adequadamente — isso sem falar em outros problemas, que discutiremos mais à frente no texto.
2. Existem diferentes tipos de Apneia do Sono
Existem diferentes tipos de Apneia do Sono, caracterizadas pelo fator que causa a parada respiratória durante o sono. São elas:
- Síndrome da Apneia Obstrutiva do Sono (SAOS): é a mais comum de todas e conhecida simplesmente como Apneia do Sono. Ela é caracterizada pela parada respiratória causada por uma obstrução das vias aéreas;
- Apneia Central: é mais rara e caracterizada por algum fator no cérebro que o impede de controlar os músculos involuntários que cuidam do processo respiratório;
- Apneia Mista: é ainda mais rara e caracterizada por casos em que o paciente sofre tanto da Apneia Obstrutiva, quanto da Apneia Central.
3. Apneia do Sono não é a mesma coisa que Hipopneia
Além das classificações que vimos acima, é importante também diferenciar a Apneia do Sono da Hipopneia, um distúrbio que é parecido, mas não é exatamente igual.
Tanto na Síndrome da Apneia Obstrutiva do Sono (SAOS), quanto na Hipopneia, há uma obstrução das vias respiratórias. No entanto, no primeiro caso, essa obstrução é total: as vias aéreas ficam fechadas e o ar não flui mais. Já no caso de uma Hipopneia, a obstrução é apenas parcial: ainda há fluxo respiratório, mas muito reduzido (em média, a passagem de ar é diminuída de 20% a 50%).
4. A principal causa da Apneia do Sono é a respiração bucal
A Apneia do Sono é causada pelo colapso dos músculos da faringe e da língua sobre a traqueia durante o sono. E por que esse fenômeno acontece? Normalmente, a explicação é que essa musculatura está mais flácida e fragilizada, além de a língua ficar mal posicionada dentro da boca ao dormir. Assim, os músculos não conseguem sustentar a mandíbula durante o sono e “caem” sobre a traqueia.
Esses fatores estão profundamente ligados com o mau hábito miofuncional de respirar pela boca. A respiração bucal fragiliza a musculatura orofacial, que precisa se adaptar ao padrão incorreto de respiração. O mesmo acontece com a língua: para facilitar o fluxo de ar, ela fica fora de posição dentro da boca.
Assim, a causa mais comum para a Síndrome da Apneia Obstrutiva do Sono (SAOS) está na respiração bucal.
5. Outros fatores também podem criar episódios de Apneia
Apesar de respirar pela boca ser a razão mais comum para o desenvolvimento da Apneia do Sono como uma doença crônica, existem outros fatores que também podem gerar episódios de Apneia durante a noite. Veja quais são:
- Estar acima do peso;
- Dormir com congestão nasal;
- Consumir bebidas alcoólicas ou medicamentos relaxantes antes de dormir;
- Fumar.
Além disso, a idade também é um fator de risco para a Apneia do Sono, uma vez que ela é mais comum em pessoas acima dos 65 anos (quando a musculatura ganha uma flacidez natural).
6. A Apneia do Sono pode interromper sua noite centenas de vezes
Pessoas com Apneia do Sono têm uma grande dificuldade de dormir durante a noite e completar um ciclo do sono por inteiro. A razão disso é que podemos ter dezenas e até centenas de interrupções respiratórias por noite.
Os graus de intensidade da Apneia do Sono são classificados da seguinte forma:
- Normal: até 5 interrupções da respiração por hora;
- Leve: até 15 interrupções da respiração por hora;
- Moderado: até 30 interrupções da respiração por hora;
- Grave: + de 30 eventos por hora.
Ou seja, casos de Apneia noturna grave podem gerar uma interrupção respiratória a cada 2 minutos ou mais. Em uma noite de 8 horas, isso pode significar mais de 240 interrupções.
7. A SAOS traz muitos prejuízos para o sistema cardiovascular
Parar de respirar tantas vezes e todos os dias não é algo saudável, especialmente para o sistema cardiovascular. Portanto, não é uma surpresa saber que a Apneia do Sono é um agravante para vários problemas circulatórios e do coração.
Para começar, a Apneia é um fator para o desenvolvimento da hipertensão, pois provoca uma ativação exagerada do sistema que controla o fluxo sanguíneo. Além disso, estudos mostraram que além de fazer a pressão subir significativamente, a Apneia ainda reduz a eficácia de remédios contra a hipertensão — de fato, 58% das pessoas com Apneia em grau grave não recebem benefícios desses fármacos.
Para completar, o coração também é profundamente afetado pelas constantes obstruções no fluxo respiratório. A Apneia aumenta o nível de troponina no sangue (substância que indica o começo de uma insuficiência cardíaca) e, além disso, o esforço para respirar dificulta as batidas do coração e causa desgaste no longo prazo.
8. Apneia do Sono está ligada a muitas doenças
Não é apenas o sistema cardiovascular e o coração que sofrem com a Apneia do Sono. Todo o organismo é prejudicado pelas constantes obstruções do fluxo respiratório. É por isso que esse distúrbio está ligado ao surgimento ou é fator de risco em várias doenças e condições. Algumas complicações da Apneia do Sono são:
- Diabetes Tipo 2;
- Doenças renais;
- Osteoporose;
- Problemas de audição;
- Mais propensão a acidentes;
- Estresse, ansiedade e depressão;
- Perda de desempenho intelectual;
- Risco de morte súbita.
9. Grande parte dos tratamentos não trata a causa da Apneia
Existem muitas máquinas e equipamentos que são indicados para o tratamento da Síndrome da Apneia Obstrutiva do Sono (SAOS), como o CPAP. Essas opções de tratamento são muito úteis em diversos casos e ajudam a salvar vidas, mas não tratam a causa mais comum do distúrbio: a respiração bucal. Os episódios de Apneia deixam de acontecer quando esses recursos são usados, mas retornam assim que o paciente deixar de utilizá-los.
10. A Odontologia Miofuncional atua na origem da Apneia do Sono
Dentre as opções de tratamento para Apneia do Sono, aquela com os melhores resultados é a Odontologia Miofuncional. Isso porque essa filosofia de tratamento atua na reeducação de maus hábitos miofuncionais e no desenvolvimento da musculatura orofacial.
Assim, além de corrigir o mau hábito da respiração bucal (que é a causa mais comum da Apneia do Sono), ainda fortalece a musculatura para evitar que ela colapse sobre a traqueia no futuro.
Um exemplo de tratamento com a Odontologia Miofuncional é o Sistema Myobrace®. Ele é composto por aparelhos e exercícios para Apneia do Sono, de modo a corrigir a respiração bucal do paciente e fortalecer a sua musculatura. Em alguns casos, ele pode ser usado em conjunto com máquinas CPAPs para uma maior eficácia do tratamento.Gostou de aprender todos esses fatos sobre a Apneia do Sono? Se você tem problemas para dormir e desconfia que tem a Síndrome da Apneia Obstrutiva do Sono, marque uma consulta com um especialista Myobrace® para obter o diagnóstico e ser encaminhado para o tratamento!









