A saúde bucal infantil é um ponto muito importante para o bem-estar, qualidade de vida e até mesmo o futuro da criança. Afinal, é nessa fase da vida que podemos desenvolver vários maus hábitos que podem gerar consequências negativas no futuro.
Entender que a saúde oral das crianças é importante é a parte fácil. No entanto, o difícil é saber exatamente o que fazer. Afinal, ter dúvidas sobre a saúde bucal infantil é algo normal entre os pais, especialmente os de primeira viagem.
Neste conteúdo, ajudaremos a tirar as principais dúvidas sobre a saúde bucal infantil. Assim, se você quer saber como se preparar para cuidar bem da boca das suas crianças, siga a leitura com atenção!
A saúde bucal infantil começa antes dos dentes nascerem
É muito comum que os pais acreditem que o foco com a saúde bucal infantil começa quando nasce a dentição decídua (os “dentes de leite”). Para muitos, a saúde bucal é um sinônimo de “saúde dos dentes”.
Essa percepção não poderia estar mais errada.
A saúde bucal infantil (e adulta também) começa desde o nascimento. Afinal, os dentes não são os únicos que podem afetar a saúde bucal das crianças. É necessário olhar também para os músculos e ossos, de modo a garantir um desenvolvimento orofacial completo e mais qualidade de vida.
Só para dar um exemplo: maus hábitos miofuncionais, como a respiração bucal, podem ser adquiridos muito cedo — até mesmo no parto em alguns casos.
Respirar pela boca é um mau hábito miofuncional que afeta diretamente o desenvolvimento das estruturas ósseas do rosto e dos músculos orofaciais. Isso pode resultar em problemas dentários (maloclusões), como o apinhamento dentário (que é quando os dentes nascem uns por cima dos outros), mas também pode gerar problemas dos mais variados tipos. Afinal, a respiração bucal está na origem de Distúrbios Respiratórios do Sono (como o xixi na cama, bruxismo, apneia do sono e ronco) e até mesmo no surgimento de Disfunções da ATM.
E esse é apenas um mau hábito. Outros também podem causar uma série de problemas para a vida das crianças. Um exemplo é a deglutição atípica (engolir fazendo movimentos inadequados), mas o exemplo mais comum em relação à saúde bucal infantil é sucção não-nutritiva.
Utilizar bicos artificiais na amamentação (como mamadeiras) ou fazer a sucção não-nutritiva (chupar o dedo ou chupeta) estimula os músculos do rosto de maneira inadequada. Por sua vez, esses músculos aplicarão forças de maneira incorreta e levarão as estruturas ósseas do rosto a se desenvolverem de forma inadequada. O resultado são problemas de saúde (com origens bucais, mas que afetam todo o corpo) que se manifestarão no futuro.
Portanto, é vital compreender que a saúde bucal infantil não começa quando nascem os primeiros dentes (e nem está atrelada somente a eles). Os músculos e o desenvolvimento das estruturas ósseas são muito importantes nessa fase.
A higienização dental adequada é ensinada na infância
Um ponto-chave da saúde bucal infantil é a higienização bucal. Novamente, há grande foco nisso quando os dentes surgem (e com razão), mas a higienização não é 100% dependente dos dentes.
Por exemplo, um cuidado importante com a higiene bucal infantil é evitar a alimentação logo antes do bebê dormir — ou, se fizer, garantir que não sobrou nenhuma gota de leite na boca da criança antes dela dormir. Isso é necessário porque o leite pode “ficar” na boca e se transformar em ácido durante a noite, o que pode trazer consequências negativas para a saúde.
Uma maneira de evitar isso é limpando a gengiva do bebê quando ele não possui nenhum dentinho ainda. O Jornal da USP recomenda o uso de uma gaze limpa, envolta no dedo indicador e embebida em soro fisiológico ou água filtrada, para limpar a gengiva do bebê após a amamentação.
Quando os dentes começarem a surgir, é vital ensinar a criança a manter uma rotina adequada de higienização bucal. Em um primeiro momento, os pais devem usar uma dedeira de silicone para fazer a limpeza dos dentes para as crianças. Basta umedecer a dedeira de silicone e aplicar pasta de dente infantil com ela, sempre com movimentos suaves e uma leve massagem nas gengivas.
Eventualmente, a dedeira de silicone pode ser aposentada e pode começar a usar uma escova de dentes infantil com cerdas bem macias.
A partir dos dois anos, conforme a dentição decídua já está mais estabilizada, um creme dental recomendado por um cirurgião-dentista pode ser usado, enquanto a criança pode assumir a escovação. Além disso, é importante também que, a partir da idade correta, novos hábitos de higienização sejam apresentados, como o uso do fio dental e do enxaguante bucal.
O acompanhamento profissional é recomendado desde cedo
Não devemos levar as crianças a um odontopediatra ou cirurgião-dentista apenas quando houver algo errado, mas sim com certa frequência desde muito cedo, mesmo antes do nascimento dos primeiros dentinhos.
Esse acompanhamento não serve só para “olhar os dentes” dos pequenos, mas também (e principalmente) para analisar os hábitos miofuncionais, como o desenvolvimento orofacial está se dando, quais os impactos para a saúde da criança e muito mais.
O mais recomendado, nesse caso, é que o profissional de confiança da sua família seja alguém especializado em Odontologia Miofuncional. Essa filosofia de tratamento é focada justamente na correção dos maus hábitos e no estímulo ao correto desenvolvimento das estruturas orofaciais.
Apesar de ela ser eficaz em todas as fases da vida (e ajudar milhares de adultos todos os anos a corrigirem os maus hábitos miofuncionais que causam Distúrbios Respiratórios do Sono, DTMs e maloclusões), a Odontologia Miofuncional tem um impacto especial na infância. Afinal, identificar e corrigir os maus hábitos já na infância impedem que muitos problemas se desenvolvam no futuro. Portanto, aumenta a qualidade de vida que a criança terá e evita que ela passe por vários procedimentos odontológicos no futuro.
Por exemplo, corrigir a respiração bucal de uma criança muito nova previne as principais consequências desse mau hábito. Isso inclui, claro, o surgimento de problemas dentários, mas também o aparecimento de uma postura corporal errada, o xixi na cama, o desenvolvimento da dicção e problemas de aprendizado.
Isso mesmo: a respiração bucal pode causar dificuldades para a criança aprender e problemas escolares no futuro. Isso acontece porque respirar pela boca reduz o nível de oxigênio no sangue (por causa da deficiência de Óxido Nítrico, produzido pela respiração nasal) e causa Distúrbios Respiratórios do Sono que não deixam a pessoa descansar durante a noite.
Assim, a criança fica desatenta, sonolenta e com muita dificuldade para se concentrar e aprender durante o dia. O resultado são déficits de aprendizado e dificuldades na escola.
Corrigir esses maus hábitos no momento em que estão surgindo significa evitar que eles deem origem aos problemas que serão tratados depois, como as maloclusões, os Distúrbios Respiratórios do Sono e a DTM.
Agora que você viu que os cuidados com a saúde bucal infantil não se resumem somente aos dentes e entendeu como agir desde o início da vida das crianças, você está mais preparado para garantir que seus filhos terão um desenvolvimento mais saudável e sem a presença de diversos problemas e distúrbios.Se você quer começar a cuidar da saúde bucal e do desenvolvimento orofacial do seu filho do jeito que ele merece, confira agora mesmo uma lista com especialistas em Odontologia Miofuncional perto de você!