Os dentes decíduos, ou dentes de leite, surgem por volta dos 6 meses e acompanham a criança até os 6 anos, quando começam a cair.
Por serem dentes temporários, muitas pessoas acreditam que os cuidados com eles não são tão importantes. Mas estamos aqui para te explicar por que devemos cuidar dos dentes de leite e como eles impactam os dentes permanentes no futuro.
Siga a leitura deste artigo para entender a importância deles, quais problemas podem ter e como cuidar dos dentes de leite corretamente.
Por que devemos cuidar dos dentes de leite?
É fato que todos os dentes de leite caem – então por que cuidar deles, se logo vão ser substituídos pelos dentes definitivos? Entenda abaixo os principais motivos:
1. Para permitir mastigação e fala: a criança terá os dentes de leite até os 6 anos de idade, quando começam a dar lugar aos dentes permanentes. Assim, os dentes de leite vão acompanhá-la em fases muito importantes do desenvolvimento, desde sua primeira palavra.
Os dentes cumprem uma importante função na fala, já que precisamos deles para produzir vários sons (por exemplo, o da letra “s”). Se a criança não possui esses dentes por algum motivo, como cáries, ou tem uma maloclusão (dentes desalinhados), isso pode prejudicá-la.
Da mesma forma, pode tornar a mastigação difícil, impedindo que se coma alimentos sólidos e prejudicando o fortalecimento dos músculos orofaciais. Além disso, as maloclusões podem dificultar a higiene bucal, aumentando o risco de placa bacteriana.
2. Para direcionar os dentes permanentes: os dentes definitivos são guiados pela posição dos dentes de leite – é como se estivessem “guardando lugar” para eles. Assim, se existe qualquer problema, como cáries, infecções ou maloclusões, isso prejudica o nascimento e posicionamento dos dentes permanentes.
Quando um dente de leite precisa ser extraído antes da hora, por exemplo, pode haver um desarranjo na arcada dentária que ainda está se formando. Nesse caso, o dente permanente pode ficar sem espaço para nascer, por vezes nascendo pela metade ou criando um desalinhamento.
3. Para promover o desenvolvimento saudável da face e da boca: esse desenvolvimento acontece da forma correta quando a pessoa mantém bons hábitos miofuncionais, como o posicionamento correto da língua, lábios selados quando em descanso, deglutição correta e boa oclusão, respiração nasal e mastigação trabalhando a musculatura orofacial da maneira correta, incentivando assim o tônus muscular adequado.
Quando alguma dessas condições é impedida, a estrutura óssea da face pode ser prejudicada, levando, entre outros problemas, a maloclusões. Entenda mais sobre isso em nosso artigo especial: “A Origem das Maloclusões”.
Isso pode ocorrer pelos motivos citados anteriormente, como perda dos dentes antes da hora, cáries, infecções, etc.
4. Para evitar cáries e infecções: como dito acima, as cáries e infecções podem prejudicar o crescimento dos dentes definitivos, a mastigação e a fala. Mas por quê?
As cáries são causadas pela junção de placas bacterianas, que liberam um ácido que pouco a pouco corrói os dentes. Os dentes de leite são menores e, por isso, as cáries conseguem agir mais rápido e chegar à polpa do dente.
Quando isso acontece, a cárie pode ir para a gengiva e para a raiz do dente, causando abscessos, perda do dente e acometimento de ossos e até dos dentes permanentes que estão por nascer. Sabendo disso, você já pode imaginar o quanto ela é prejudicial para o crescimento dos dentes definitivos.
Em resumo, os dentes de leite podem até ser temporários, mas a falta de cuidados com eles traz problemas que permanecem e podem interferir no crescimento dos dentes permanentes.
Então, se você já se perguntou se é mais importante cuidar dos dentes de leite ou dos permanentes: cuide muito bem dos dentes de leite para ter menos problemas com os dentes permanentes no futuro.
Como cuidar dos dentes de leite?
O cuidado mais importante que você pode ter com os dentes do seu filho é ter consultas regulares com um odontopediatra, também conhecido como dentista infantil.
Esse profissional é especializado no cuidado com as crianças e saberá analisar cada caso individual, avaliando os problemas existentes e possíveis riscos. Porém, vamos dar algumas dicas sobre o cuidado básico com os dentes de leite.
- Assim que os dentes surgirem, escovar após as refeições, com escova e pasta de dente adequadas;
- Evitar alimentos muito açucarados, como balas, pirulitos e refrigerantes, pois o açúcar estimula a proliferação de bactérias;
- Evitar o uso de chupetas e mamadeiras e desestimular o hábito de chupar o dedo;
- Evitar também o hábito de morder objetos duros, pois pode desgastar o esmalte e deixar os dentes de leite quebradiços.
Seguindo essas dicas e tendo consultas regulares com um cirurgião dentista, você garante uma boa saúde bucal para o seu filho e evita diversos problemas.
Como tratar os problemas que já existem?
Se por qualquer motivo o seu filho está com cáries, gengivite, teve queda precoce dos dentes de leite, maloclusões ou qualquer outro problema, isso não é motivo de desespero.
Apesar de os dentes de leite serem muito importantes e interferirem na dentição permanente, isso não quer dizer que a situação está perdida. Ainda é possível tratar esses problemas e diminuir as chances de consequências futuras.
No caso de cáries, infecções, gengivites, tártaro e afins, o mais recomendado é buscar um bom odontopediatra para cuidar do problema o quanto antes. Esse profissional saberá indicar o melhor tratamento, que às vezes envolve limpezas, restaurações, obturações e até extrações.
No caso de maloclusões, os tratamentos tradicionais geralmente exigem que a criança atinja certa idade para iniciar o uso de alinhadores, que irão corrigir a posição dos dentes e solucionar o problema estético.
Porém, a origem dessas maloclusões geralmente é um mau hábito miofuncional, como respiração bucal ou uso de chupeta, por exemplo. Assim, é importante acabar com esse mau hábito, para realmente solucionar a maloclusão.
Com o Sistema Myobrace®, que atua seguindo os princípios da Odontologia Miofuncional, é possível tratar crianças a partir de 3 anos, acabando com os maus hábitos miofuncionais, promovendo um desenvolvimento saudável de toda a estrutura orofacial e evitando uma série de problemas futuros.
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